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sábado, 18 de maio de 2013

A caminhada

Naqueles dias as palavras tinham que ser mascaradas.

Dizíamos entre sussurros o quanto queríamos ser ouvidos, assim como os que gritavam.

Alguém disse que seríamos como nossos pais, talvez tenham acertado, pois acabamos nos deixando reprimir.

Sempre nos sentimos na obrigação de estar indo a algum lugar. Porque não podemos simplesmente caminhar?

Sem aquela sensação latejante de estar sendo observado e precisar corresponder a todas aquelas expectativas.

Porque temos que nos forçar a uma única direção? E porque temos que brincar de prever o futuro?

O pior é que se cogitamos ir para qualquer outro lado, a sociedade nos afoga em meio a milhares de dedos indicadores apontando para onde ir: o local sem surpresas, o lugar da rotina, o reino do dinheiro. Sempre uma direção pré-determinada.

É o que fizeram aos nossos pais, e farão com nossos filhos.

O que é proibido é assumir que não sabemos para onde ir, é feio e representa fraqueza, é o que nos dizem.

Sabe quem disse?

Aqueles que foram fracos a ponto de nem pensar sobre o caminho que foi imposto goela abaixo.

Mas quem somos nós para julgar, não é mesmo?

Quantas vezes não estivemos na mesma situação e apontamos o dedo, agindo da mesma forma: de olhos fechados e mente retraída.

Não nos damos conta que vamos todos encontrar a mesma coisa no fim da estrada: a morte.

A diferença é a caminhada, sempre a caminhada.

quarta-feira, 27 de março de 2013

E se?


Não é raro nos surpreendermos pensando "para onde esse mundo está indo?".

Nos adiantamos logo em apontar o dedo para os outros, e prontamente os acusar pelas próprias imperfeições.

Chamamos o vizinho de egoísta, o colega de trabalho de ignorante ou atacamos até mesmo pessoas que nem mesmo conhecemos por simples discordância e não compreensão de realidades diferentes da nossa.

Hoje vemos pessoas se acusarem sem nem mesmo ouvir o outro lado da história.

Pessoas tão presas em seus dogmas que não enxergam o que está abaixo do nariz e se contentam em classificar qualquer um que exponha uma opinião diferenciada de "pessoa que quer chamar atenção" ou "desconhecedor da verdade".

Que verdade? A que tem aprisionado o ser humano desde seu surgimento? A verdade da cegueira e da falta de pensamento crítico?

Essa nunca nos levou a grandes mudanças, e consequentemente, nunca nos trouxe melhorias.

O mundo está tão acostumado em ser conformado, que qualquer um que ultrapasse a linha da suposta normalidade se torna adversário.

Pense a que ponto chegamos, vemos como adversários pessoas que devíamos considerar como irmãos.

Não falo isso de um ponto de vista estritamente religioso, e sim um que engloba os direitos de todo ser humano e visa o bem comum.

E se? 

Todos saíssem de suas bolhas?

Todos olhassem para os lados sem pretensão e apenas observassem o semelhante sem todas as camadas de preconceito?

Todos se dispusessem a se ajudar?

E se...

Sabemos que o mundo está longe de ser um lugar perfeito. 

Mas e se cada um começasse a sair de seu mundinho? E observasse que todos precisam mais de compreensão e amor e menos de um carro novo, ou do último tablet?

Não podemos ser pessoas perfeitas para o mundo.

Mas podemos ser a melhor versão de nós mesmos, e isso sim, é um começo.


domingo, 17 de março de 2013

Não sei falar de amor


Não sei falar de amor.

Não sei como explicar, eu simplesmente não consigo. Gostaria de poder escrever sobre as mãos que se encostam, os olhos que brilham, o coração que pulsa... Essas coisas que todos bem conhecem.

Queria, mas sinceramente não sei.

Depois de ver tantos com o dom da palavra aliado ao dom do sentimento e as lindas obras que surgiram dessa combinação, não deixo de me sentir  impotente diante de certas palavras, e dessa sensação de não saber como combiná-las.

Talvez apenas não seja a hora, o poeta escreve sobre o que bem sabe. É o que dizem.

Não adianta, nada soará verdadeiro enquanto eu não vivê-lo, enquanto eu não sair da plateia ou de trás das cortinas.

Jamais as metáforas se tornarão vivas e jamais alguém se identificará, pelo simples fato de não ser verdadeiro.

Nem me disponho a escrever sobre o cara perfeito e inexistente que se apaixona pela garota sem nada de especial, isso não é amor apesar de tratarem como tal, e sim algumas relações de dependência e manipulação de clichês. Estou farta dessas histórias, estou farta da falta de nuances e de toda essa massificação de uma coisa tão bonita, como os bons sentimentos.

Acho que o amor é mais simples e também mais complicado, é sereno apesar das tormentas e é eterno apesar de sê-lo por apenas um momento.

Acho que é maior do que tudo o que andam falando por aí, apesar de ser mais simples do que as pessoas insistem em pensar. E não é por ser simples que ele se torna fácil.

O amor é difícil, pois ele sempre envolve abrir mão.

Abrir mão não só de coisas ou situações, mas abrir mão de si próprio. Do próprio orgulho e do próprio egoísmo.

Acho que no final das contas o amor envolve, principalmente, compartilhar.

Compartilhar o próprio amor. Compartilhar sorrisos, sofrimentos, pensamentos e além de tudo, tempo.

Ainda não sei falar sobre romances e não sei falar de amor.

Só sei tentar.

sábado, 18 de agosto de 2012

O labirinto


Fabienne Lin


E mesmo que passem os dias, as noites, os verões e os outonos do lado de fora da janela, e as coisas mudem relativamente, sempre acabamos voltando para os mesmos pontos, pelo menos internamente, sabe do que eu falo?
É quando você acha que é uma nova pessoa, mas depois de um tempo nota que apenas estava enganando a si mesmo e se sente da mesma forma de que você tanto quis fugir. Corri pelos corredores em busca das palavras que me faltavam, não olhei para trás, mas como em um labirinto voltei para o mesmo ponto de onde saí, sem nem mesmo saber se um dia estive ao menos perto da saída, da liberdade. E lá vou eu novamente, passar pelos corredores, quem sabe com um pouco mais de cautela, já que descobri que correr no impulso, só nos faz cansar sem sairmos do lugar, causa uma falsa sensação de “descomodismo”, se é que essa palavra existe, se não, me permito inventá-la. Mas vocês entenderam: falsa sensação de que saiu do lugar, geralmente caracterizada por um momento de entusiasmo, seguido de nenhuma atitude concreta que realmente mude as coisas. Ficamos em um eterno “deixar para amanhã” e nunca concluímos nada do que começamos, isso é cansativo no final das contas: Não fazer nada. O mundo não fica estagnado até o momento em que tomemos a iniciativa de fazer parte dele, e se não o fizermos rápido eles passará por nós e talvez seja tarde demais para alcançá-lo.
Mas aqui deixo um pequeno registro de uma nova tentativa, e lá vamos nós. 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Once upon a dream


Engraçado mesmo é a forma como adiamos as coisas, adiamos por não reconhecer que a iniciativa é reconhecida, por preguiça e, principalmente por medo.
A insegurança de dar um passo a frente e deixar para trás todo o espaço conhecido, toda a acomodação e o que estamos acostumados nos deixa estagnados. Não nos damos conta que mudanças tem que ocorrer e não vale à pena esperamos que sejamos obrigados à elas, ou esperarmos recomeçar em datas específicas e dizemos "Vou mudar minha vida no próximo ano", "Vou estudar no próximo semestre", entre outras coisas do gênero que frequentemente saem por nossas bocas. A questão é: Teremos que nos adaptar e fazer um esforço para adequar essas mudanças em nós, e o que adianta esperar o dia 1 de janeiro? Teoricamente o esforço será o mesmo, e adiar só vai fazer com que nos ocupemos com coisas que não nos levarão na direção a qual queremos ir, nesse caso pararemos onde a correnteza nos levar, o que pode a chegar a ser patético. Mas essa é a consequência de desistirmos dos nossos sonhos, pelo simples fato de adiar fazê-lo acontecer.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O espelho

                                        Trilha sonora


Me peguei lendo livros aos quais eu já havia lido, procurando por coisas que eu já havia escrito. Não entendi muito bem o motivo, mas foi algo sutil que me fez refletir sobre a razão disso, justo eu, uma pessoa que tanto aprecia o presente e o que está por vir. Foi quando finalmente me deparei com o sentimento de perder algo no caminho de casa, uma coisa que você simplesmente deixa cair e não se dá conta do que está deixando para trás, uma coisa que você nem se lembra o que é, mas que no final das contas a ausência daquilo te deixa vazio e estranho, como se você tivesse se tornado outra pessoa nesse meio tempo.
Você se olha no espelho vê que algumas coisas melhoraram mas que o olhar está um pouco diferente, cansado e sem a inocência de tempos atrás. Para onde foram os sonhos absurdos em que acreditávamos? Para onde foi o sorriso cúmplice? Nenhuma beleza no mundo é tão importante e bonita quanto a da alegria e da delicadeza, delicadeza de gestos, palavras e segundos. Olhar o rastro que tudo isso formou acaba por nos acalmar, e ao mesmo tempo nos tornar inseguros, onde nos levará o abandono do que realmente importa pelo caminho?
Um conflito irritante de pensamentos e sensações deixa tudo ainda mais incerto, é como um medo de se perder definitivamente no reflexo no espelho e esquecer do que o está encarando. Uma saudade inexplicável das coisas de verdade ao invés das de plástico, das pessoas de verdade ao invés das sintéticas, dos momentos sinceros que acabaram se tornando cada vez mais raros. Hoje me olhei sem a ajuda do espelho e não gostei tanto do que vi, senti culpa por ter deixado a pessoa inocente escapar, por ter deixado coisas tão importantes, pessoas tão importantes de lado sob o pretexto de não ter tempo, mas não havia notado que antes de matar o que eu amo estava matando a mim mesma. Me desenrolo sob uma chuva de desculpas mas sei que desculpas não são máquinas do tempo, infelizmente.

domingo, 10 de junho de 2012

Preguiça, tempo e...


Dia de preguiça, de falta de perspectivas e essas coisas que nos impedem de sair do estúpido lugar de sempre, mas não é de propósito, não exatamente. É uma espécie de falta de forças e de vontade, uma coisa meio estranha na verdade, quando até respirar acaba sendo algo cansativo e um incômodo peso.
Todas as suas forças acabam se concentrando em ilusões de como seria não ser você mesmo, nem que fosse por um tempo breve, algumas férias talvez?
Um tempo para respirar, para olhar o que restou aqui dentro depois de tantos dias transcorridos sem que eu me desse conta da minha própria existência, trabalhando no automático. O problema do automático é que quando você se liga, você acaba percebendo que precisa cumprir as funções de sempre, mas simplesmente não tem mais a força de resistir, qualquer coisa que seja, um sim ou um não. Tanto faz, tudo parece estar naqueles patéticos tons de cinza da rotina.
E você se sente vivendo em uma vida que não é sua, que não é profunda o bastante, não há sonhos o bastante, e nem cores o bastante, uma vida que não é o bastante. Cansei de ser sufocada pelas circunstâncias, e francamente? Não sei o que fazer. Não é fácil se admitir frágil, pelo menos para mim, mas aqui estou eu admitindo minha ignorância e minha momentânea impotência em relação ao sufocamento que ainda sinto.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Breve reflexão sobre pequenas partes do ser humano


Não acho certo tratar as pessoas apenas por conveniência, meros objetos podendo ser descartados, esquecidos, trocados, pegos de volta e depois jogados no fundo da gaveta. Não é justo, pessoas têm sentimentos e merecem no mínimo serem respeitadas ao invés de manipuladas e diminuídas pelas outras.
Mas o que mais me irrita em tudo isso é a nossa sociedade valorizar essas pessoas, como dizia Renato Russo, "Por que é mais forte quem sabe mentir?". Vemos todos os dias pessoas que pisaram nas outras continuarem por cima, nossa política não poderia ser um exemplo melhor. Porém não é só isso, tudo começa dentro de cada círculo de pessoas, ou para ser mais exata, tudo começa dentro das próprias pessoas individualmente.
Tem de haver algum tipo de justiça, eu sinceramente acredito nela, mesmo que não a vejamos ela tem que existir, senão a terceira lei de Newton, ação e reação, não estaria correta. Todo universo funciona dessa maneira, por que com a raça humana seria diferente? A exceção? Acho que não devemos ser egocêntricos a ponto de acreditar que as leis universais não se aplicam a nós.
Na verdade, eu prefiro manter uma distância segura desse tipo de pessoa que vê as outras como peças para serem manipuladas a fim de conquistar seus objetivos. Não sou do tipo que gosta de ser manipulada, nem que seja pelas circunstâncias.
Para essas pessoas eu reservo minha pena, que mesmo que falem do amor não sabem o que ele é. Estarão sempre concentradas em um jogo de xadrez jogado por apenas uma pessoa, e o que resta é a solidão e as peças, apenas isso.

domingo, 29 de abril de 2012

Um texto sem preocupação com estética, apenas sinceridade e reflexão


Vontade de pessoas, sabe como é?
Quando sentimos aquela vontade, aquela saudade, de estar falando algo dispensável perto de um bocado de gente indispensável. Rir de algumas besteiras, sem essas coisas que estão nos sufocando ultimamente.
Quero a possibilidade de uma risada sincera, e não uma maldosa ou irônica. Descobri que isso não anda me fazendo bem, já não basta o resto do mundo para nos deixar pra baixo?
Devíamos aproveitar melhor o tempo com quem é importante. 
Não achei que ia conseguir levar tudo tão a sério um dia, e devo admitir que não é divertido. Tudo ia melhor, e ocorria mais facilmente quando eu não me preocupava tanto. Descobri o que dá certo pra mim: Deixar que as coisas aconteçam sem apertar nada entre os dedos, pois a matéria do universo não pode ser contida nos dedos do egoísmo.
As coisas não funcionam como pensamos, por mais que a gente insista nos erros. Cuidando de dentro o resto vem naturalmente. Decidi ser feliz, e isso é o que importa.

"As pipas sobem mais contra o vento, não a favor dele." - Winston Churchil 


domingo, 22 de abril de 2012

Teatros, luzes e minúcias


Tão presos em nós mesmos, acabamos por nos sufocarmos por sermos incapazes de olhar para fora, reconhecer coisas positivas ao invés de remoer as negativas, afinal elas são inevitáveis. Um pouco de jogo de cintura talvez ajude, como dizem: É mais fácil não se ofender do que perdoar.
Não adianta forçar as pessoas terem uma visão que não querem, e desistirem de ser marionetes em um teatro qualquer em alguma parte do mundo, teatro que é inaugurado com alegria, mas que na maioria das vezes perde a cor. As luzes se apagam, e tudo o que resta são lembranças de alguns dias de glória, que por sua vez também se apagarão. É assim, o público não se lembra de personagens mortos, infelizmente.
É estranho pensar que hoje somos o público e os atores, sendo que amanhã seremos a foto velha guardada na gaveta coberta por aquela espessa camada de poeira típica de tudo o que já não frequenta mais a mente das pessoas.
Quanto tempo deixamos fluir, sem olharmos para o lado com atenção o bastante para vermos quando alguém estende a mão? Apenas fechamos os olhos e deixamos a dor de dentro tomar todo o espaço, caramba isso não é justo, não é justo com ninguém e principalmente com nós mesmos.
Devíamos reparar no sorriso que é direcionado a nós, no abraço de quem se preocupa e na vida em volta de nós, no canto dos pássaros, no escorrer da água e no tocar do vento nas nossas faces, sem complicações. Isso deveria ser o suficiente.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Delírios de uma noite marcada pelo cansaço e melancolia.

Peso, sons de ossos se partindo e últimos suspiros. Ok, talvez os ossos não estejam se partindo audivelmente, assim como as perspectivas. Ninguém ouve, ninguém sabe, ninguém sente. É assim estar em uma multidão e se sentir completamente só, sem nenhuma alma viva disposta a simplesmente viver, ser humana e autêntica sem rótulos e besteiras, competições vazias, ações vazias, frases vazias e vidas vazias. É triste, quando toda a humanidade nas pessoas se transforma em algo mecânico e sem vida sob o pretexto de que está tudo bem, quando não está.
Todos sorrindo por fora e gritando por dentro, me desculpem mas não quero fazer parte desse mundo. Estou me retirando para um mundo à parte chamado eu, pelo menos ali posso sorrir e chorar sem os olhos atentos que julgam e falam de tudo por mais desinteressante que seja, pois não têm nada melhor para dizer mesmo. Cansei do mundo raso, retiro-me no silêncio para não desperdiçar palavras.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Um banho...


Banho de sal grosso, banho de lua, banho de mar, banho... De qualquer coisa que tire essa camada espessa de confusão e do que deixou tudo tão pesado. Acontecimentos, sentimentos e pensamentos que parecem pesar mais de 100 quilos, que tornam até o fato de respirar tão difícil, tão descompassado.
O que fica evidente então é a claustrofobia, não suportar ficar preso em uma mente ou num círculo delas. No final das contas você acaba fazendo idiotice só para não mostrar que você se importa, quando se importar é tudo o que você faz, mas não sabe o porquê.
A jaula que todos criaram em si mesmos, confinados em seus próprios problemas e sentimentos, onde não se permitem escutar os gritos de quem está ao seu lado pois se preocupam em gritar mais alto na ânsia de serem ouvidos. A paciência se esgota, você fala verdades grosseiras, as pessoas não lhe entendem e tudo fica pesado e turvo.
Aí vem a hora da nostalgia, da hora em que você se lembra de como tudo era leve e fácil. Como os sorrisos vinham naturalmente e você tinha certeza sobre tudo, de quando você não era um poço de contradições, quando ainda havia alguma razão no que você tinha para dizer. Era tudo tão prático, fácil e sem demais complicações, tudo tão ingênuo, sonhador e infantil... Mas o mundo é naturalmente frio, é uma questão de adaptação fazê-lo um lugar mais aconchegante, talvez um banho trará isso. Um mundo aconchegante com direito a cobertor, cinema, arte, sorrisos, abraços e cheiro de chocolate quente não seria uma má ideia.



domingo, 5 de fevereiro de 2012

Everybody is a lie.

Houve uma época em que não se sabia o que era ser normal, uma época em que coisas como sentimentos exerciam força quase nula e que a confiança era artigo de luxo. Ser normal... era um conceito distante e temido.
Mas algo aconteceu, aos poucos 'normalidade' deixou de ser um conceito e se tornou algo tangível. Sim, era uma coisa temida e com motivos para ser. Se importar machuca, te torna inseguro e coisas mínimas te fazem mal. Talvez a anormalidade representasse um estado de espírito mais feliz ou fosse mais fácil de se lidar. Confiar é perigoso, de uma maneira ou de outra você se decepciona. Talvez a confiança seja levada a outro nível, um nível em que se espera que as pessoas cumpram suas promessas, que sejam sinceras e façam o que você espera delas. Não sei em que momento assimilei ter confiança nas pessoas, mas acho que está na hora de isso ser revertido, uma maneira de proteção. Que seja, o porto seguro de todos começou a se afundar lentamente.
O que é seguro demais pode não ser tão surpreendente, mas correr riscos demais não é tão encantador ou poético: Lindo de se falar e não tão bonito de se viver.
Não digo que riscos são desnecessários. Só digo que esses riscos não devem ser assumidos em relação a pessoas pois elas são imprevisíveis, e sim em relação a atitudes e escolhas próprias.
Muito bem, sou a antiga anormal que não se importa com os sentimentos, nem com os meus e nem com os de quem diz se importar, dizem da boca para fora. Um dos meus personagens favoritos sempre diz 'Everybody lies', mas o certo provavelmente seria ' Everybody is a lie'.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Aquele eu




Sinto falta das tardes solitárias, das palavras articuladas e de tudo que fez parte do que eu fui um dia. Aquele eu que se desgastou, aquele de que eu mais gostava. O eu poeta, o eu completamente sincero em seus sentimentos, o eu certo de suas atitudes.
Aquele eu que sonhava voar e que não tinha medo de cair, o que tinha medo do mundo mas sabia viver bem nele.
Agora tudo se transformou, e eu gostaria de resgatar aquela antiga maneira de ver o mundo, resgatar a pessoa que se afogou em algum momento no meio das preocupações, das inseguranças, das futilidades e das conversas vazias, mesmo que de início não parecessem ser. 
Ainda há esperança de salvar a pessoa adormecida que ainda deve morar em algum lugar por aqui, a pessoa que eu devo lutar para deixar viva, a que ainda dá sinais de existir.
A solução seria deixar de lado tudo o que me desvia  de quem eu deveria ser, mas as coisas não são tão fáceis quanto falar.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Nostalgia na madrugada.


Ai bateu uma saudade sabe? De tudo aquilo de que eu disse um dia.
Daqueles sonhos conturbados, das conversas entrecortadas, dos sorrisos que não tinham fim, das especulações, do perfume dos livros que me levavam pra longe, das músicas que hoje não têm o mesmo efeito.
Como se nada estivesse completo, como se faltasse uma parte. A parte que eu deveria ser, que eu fui um dia talvez, quando eu tinha tempo de ser. Eu perdi toda a noção de tempo, tudo se tornou um lampejo em que não temos muito tempo para pensar, vivemos por instintos e reflexos.
Isso uma hora acaba nos sufocando, e eu realmente me preocupo com isso não sou do tipo que gosta de ser controlada, nem que seja pelas circunstâncias.
A rotina tira a cor das coisas, faz a gente esquecer da nossa essência, do que sempre corremos atrás. Saudade. De ser livre.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Pessoas, superficialidade e blábláblá

Acho que descobri de fato o que mais me irrita nas pessoas. É a superficialidade, não é tão difícil perceber isso nas pessoas, é só olhar se elas sorriem apenas quando os outros estão olhando, se falam demais e não dizem nada. Discursos vazios, palavras sem significado.


Elas olham como se fossem melhores que você, mas eu sinceramente não ligo. Tenho pena, na verdade. Mas o que eu poderia fazer? Creio que nada, a mudança de comportamento cabe apenas a eles, quem sou eu para mudar quem quer que seja?


Mesmo assim não me sinto bem no mundo das aparências, ele me sufoca, me faz mal. Ninguém deve ser tão ruim para se mostrar apenas através de máscaras, nenhuma vulnerabilidade deve ser tão intensa para que precise se mostrar superior, ou até arrogante para escondê-la. Pessoas são assim, frágeis e ao mesmo tempo fortes. Não há trevas onde não exista luz, é só uma questão de observar com o mínimo de atenção, e não acredito que haja luz sem trevas, não nas pessoas. As vezes é tudo tão patético, que parecemos estar em cena, improvisando discursos e inventando pensamentos, tudo para mostrar um conteúdo que está em falta. É irônico, engraçado, patético. Acho que falta palavra para definir melhor: patético.


Prefiro sinceridade à sorrisos forçados, prefiro a verdade em vez de diversos "eu te amo" que não existem.


Em alguns dias, tudo o que precisamos é ficarmos sozinhos, ouvir os pássaros do lado de fora da janela, aproveitar a chuva sem receio em se molhar, sem medo de si mesmo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Devaneios tolos


Sensação de precisar agir, mas não saber como ou até mesmo não ter forças para tal. É como se passasse por um túnel sem fim, em que eu só visse rostos borrados, culpa da velocidade em que a mente se move.
Vozes ao fundo, não sei porque tenho vontade chorar, pois ao mesmo tempo me sinto envergonhada por não ter motivos para isso, embora vontade não falte.
Caos.
Caos, desorganização, objetos escondidos. Fácil arrumar quando essas características representam um quarto bagunçado, mas não são tão simples quando se tratam de pensamentos fora de ordem.
O movimento repetitivo me deixa tonta, prestes a cair no chão com a sensação de que não irão me reerguer. Vão apenas olhar com alguma expressão de pena, e logo irão esquecer. Todo mundo tem uma parte que ninguém conhece, e essa parte pelo menos em mim, se sente sozinha. Já esteve mais, mas na verdade penso se o nosso mundo é um lugar onde a felicidade plena pode ser conquistada. Plena, não em doses.
Mesmo em doses a felicidade traz a verdadeira cor e o verdadeiro propósito que perseguimos, o motivo pelo qual realmente vivemos e lutamos, mesmo que nem sempre façamos isso da maneira correta.

sábado, 22 de outubro de 2011

Sorriso, reflexos e borboletas


Um sorriso involuntário surge, como um sonho no meio da noite e um suspiro em meio a uma lembrança. A maneira com que as coisas se movem mostram como as engrenagens da vida convergem para lugares estranhos que nunca pensamos que chegaríamos.
Um reflexo, um lampejo de insanidade atravessa a mente e a única coisa que me ocorre é sair correndo numa estrada vazia, com o vento nos cabelos e muitas gargalhadas. Desejo estranho, não?
Efeitos provocados pelos sons, pelas notas nos fazem submergir e emergir na mente que se move tão rápido, e não se desacelera, apenas se acalma e consegue se enxergar. Não se engane, se ver é diferente de se entender. A vida é menos pesada quando sabemos substituir a palavra eu por nós e algumas queixas por obrigado. É só fechar os olhos, não esquecer de que quando éramos crianças tudo o que queríamos era conhecer o mundo, nos lembramos da maneira que gostaríamos de voar apenas observando as borboletas, acreditando que tudo que começasse com Era Uma Vez já havia acabado, um dos poucos equívocos infantis: Não acabou, nem sabemos se já começou.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não mesmo


Está tudo tão estranho ultimamente, é como se eu estivesse me afogando em uma vida que não é profunda o bastante. Os olhos me preocupam e não é só. As frases entrecortadas em tom de brincadeira talvez sejam mais verdadeiras do que aquelas que são ditas no frio das lágrimas, te sinto distante mas talvez a culpa seja minha, ela é minha.
Sinto saudades das risadas, das confidências, das risadas, das doideiras, das risadas... Me desculpe se estive distante, é que de repente eu me vi sozinha e me senti na necessidade de mudar isso e descobri pessoas maravilhosas.
Mas ainda sim sinto falta de você, exatamente como era. Sabe? O problema provavelmente é comigo, você não foi a única que me viu sair do campo de visão, mas é que tudo estava sempre tão confuso, e continua, que eu simplesmente me vi em um beco sem saída, ou melhor, num beco com caminhos demais para que eu escolhesse apenas um. A questão é que eu não quero, não posso, escolher um caminho que você não esteja, um que não tenha todas aquelas risadas e conversas cabeça. Não mesmo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Branco, folha e tinta.


Uma página em branco.
Poucas coisas podem ser mais assustadoras do que uma página em branco, a incógnita do que será escrito e todas essas coisas de quem não tem controle sobre as próprias palavras.
A vida é uma página em branco: não sabemos o que virá na próxima linha, apenas sabemos que o que foi escrito na linha de cima não pode ser apagado.
Podemos fazer ilustrações nessa página em branco, afinal, é isso que as pessoas fazem. Elas olham para as imagens e não ligam para o conteúdo por mais que digam o contrário.
Podemos juntar as páginas meio escritas, meio desenhadas para que a história se complete efetivamente, ou podemos fazer nossa história apenas citando os nomes de todos aqueles que passam por nossa vida.
O nome de algumas pessoas se desbotarão com o tempo, mas se forem realmente importantes jamais serão apagadas da mente de quem escreveu, de quem viveu nas linhas.
Essa página em branco pode ser ocupada de boas lembranças, mas ao mesmo tempo em algumas páginas as lágrimas que se derramaram estarão marcadas borrando a tinta que repousa sobre o papel, como se fosse a folha fosse eterna, como se pudesse ser.
Tahiane Libório.