domingo, 17 de março de 2013

Não sei falar de amor


Não sei falar de amor.

Não sei como explicar, eu simplesmente não consigo. Gostaria de poder escrever sobre as mãos que se encostam, os olhos que brilham, o coração que pulsa... Essas coisas que todos bem conhecem.

Queria, mas sinceramente não sei.

Depois de ver tantos com o dom da palavra aliado ao dom do sentimento e as lindas obras que surgiram dessa combinação, não deixo de me sentir  impotente diante de certas palavras, e dessa sensação de não saber como combiná-las.

Talvez apenas não seja a hora, o poeta escreve sobre o que bem sabe. É o que dizem.

Não adianta, nada soará verdadeiro enquanto eu não vivê-lo, enquanto eu não sair da plateia ou de trás das cortinas.

Jamais as metáforas se tornarão vivas e jamais alguém se identificará, pelo simples fato de não ser verdadeiro.

Nem me disponho a escrever sobre o cara perfeito e inexistente que se apaixona pela garota sem nada de especial, isso não é amor apesar de tratarem como tal, e sim algumas relações de dependência e manipulação de clichês. Estou farta dessas histórias, estou farta da falta de nuances e de toda essa massificação de uma coisa tão bonita, como os bons sentimentos.

Acho que o amor é mais simples e também mais complicado, é sereno apesar das tormentas e é eterno apesar de sê-lo por apenas um momento.

Acho que é maior do que tudo o que andam falando por aí, apesar de ser mais simples do que as pessoas insistem em pensar. E não é por ser simples que ele se torna fácil.

O amor é difícil, pois ele sempre envolve abrir mão.

Abrir mão não só de coisas ou situações, mas abrir mão de si próprio. Do próprio orgulho e do próprio egoísmo.

Acho que no final das contas o amor envolve, principalmente, compartilhar.

Compartilhar o próprio amor. Compartilhar sorrisos, sofrimentos, pensamentos e além de tudo, tempo.

Ainda não sei falar sobre romances e não sei falar de amor.

Só sei tentar.

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