Não sei falar de amor.
Não sei como explicar, eu simplesmente não consigo. Gostaria
de poder escrever sobre as mãos que se encostam, os olhos que brilham, o
coração que pulsa... Essas coisas que todos bem conhecem.
Queria, mas sinceramente não sei.
Depois de ver tantos com o dom da palavra aliado ao dom do
sentimento e as lindas obras que surgiram dessa combinação, não deixo de me
sentir impotente diante de certas
palavras, e dessa sensação de não saber como combiná-las.
Talvez apenas não seja a hora, o poeta escreve sobre o que bem
sabe. É o que dizem.
Não adianta, nada soará verdadeiro enquanto eu não vivê-lo,
enquanto eu não sair da plateia ou de trás das cortinas.
Jamais as metáforas se tornarão vivas e jamais alguém se
identificará, pelo simples fato de não ser verdadeiro.
Nem me disponho a escrever sobre o cara perfeito e
inexistente que se apaixona pela garota sem nada de especial, isso não é amor
apesar de tratarem como tal, e sim algumas relações de dependência e
manipulação de clichês. Estou farta dessas histórias, estou farta da falta de
nuances e de toda essa massificação de uma coisa tão bonita, como os bons
sentimentos.
Acho que o amor é mais simples e também mais complicado, é
sereno apesar das tormentas e é eterno apesar de sê-lo por apenas um momento.
Acho que é maior do que tudo o que andam falando por aí,
apesar de ser mais simples do que as pessoas insistem em pensar. E não é por
ser simples que ele se torna fácil.
O amor é difícil, pois ele sempre envolve abrir mão.
Abrir mão não só de coisas ou situações, mas abrir mão de si
próprio. Do próprio orgulho e do próprio egoísmo.
Acho que no final das contas o amor envolve, principalmente,
compartilhar.
Compartilhar o próprio amor. Compartilhar sorrisos,
sofrimentos, pensamentos e além de tudo, tempo.
Ainda não sei falar sobre romances e não sei falar de amor.
Só sei tentar.
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