sábado, 18 de agosto de 2012

O labirinto


Fabienne Lin


E mesmo que passem os dias, as noites, os verões e os outonos do lado de fora da janela, e as coisas mudem relativamente, sempre acabamos voltando para os mesmos pontos, pelo menos internamente, sabe do que eu falo?
É quando você acha que é uma nova pessoa, mas depois de um tempo nota que apenas estava enganando a si mesmo e se sente da mesma forma de que você tanto quis fugir. Corri pelos corredores em busca das palavras que me faltavam, não olhei para trás, mas como em um labirinto voltei para o mesmo ponto de onde saí, sem nem mesmo saber se um dia estive ao menos perto da saída, da liberdade. E lá vou eu novamente, passar pelos corredores, quem sabe com um pouco mais de cautela, já que descobri que correr no impulso, só nos faz cansar sem sairmos do lugar, causa uma falsa sensação de “descomodismo”, se é que essa palavra existe, se não, me permito inventá-la. Mas vocês entenderam: falsa sensação de que saiu do lugar, geralmente caracterizada por um momento de entusiasmo, seguido de nenhuma atitude concreta que realmente mude as coisas. Ficamos em um eterno “deixar para amanhã” e nunca concluímos nada do que começamos, isso é cansativo no final das contas: Não fazer nada. O mundo não fica estagnado até o momento em que tomemos a iniciativa de fazer parte dele, e se não o fizermos rápido eles passará por nós e talvez seja tarde demais para alcançá-lo.
Mas aqui deixo um pequeno registro de uma nova tentativa, e lá vamos nós. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário