terça-feira, 28 de setembro de 2010

A chuva.



Olho atenta a cada pessoa que anda pela rua, de olhos baixos e protegidas por seus guarda-chuvas. Elas estariam pensando em quê? Sua maior preocupação seriam aqueles pingos de chuva? Imagino que não.
Talvez pensem em dinheiro, nos familiares, nos afazeres do dia e até mesmo em amizades estremecidas ou amores perdidos. Não posso afirmar nada, só sei que os pingos continuam a cair como se o fizessem em câmera lenta e o vento continua a soprar como se conseguisse entender a razão da minha dúvida, talvez ele saiba a resposta e apenas não consegue sussurrá-la ao meu ouvido. As crianças andam sorridentes, pois nada consegue tirar-lhes o sorriso ao contrário de suas mães, que correm preocupadas atrás delas aos gritos formando uma cena cômica, mesmo que não fosse essa a intenção.
Ainda há aquelas pessoas que não estão ao alcance dos meus olhos, aquelas que se deliciam sob a chuva, aquelas que dormem ou assistem TV embaixo de muitos cobertores, aquelas que sofrem, as que reclamam, as que querem estar em outro lugar ou as que como eu observam... Observam as outras pessoas, os respingos na janela e as luzes dos relâmpagos atrás das montanhas.
O chão ainda sim está molhado e recebendo o impacto daquelas gotas e as pessoas ainda estão esperando pelo Sol, afinal, não sabem como pode ser bom um dia de chuva.

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